quarta-feira, 16 de novembro de 2011

SILÊNCIO


O silêncio é algo que não pode ser comprado.
Quantos de nós saberíamos defrontá-lo?
Os ricos compram o barulho.
No entanto, nosso espírito se realiza quando estamos mergulhados no silêncio natural.
Esse silêncio que jamais recusa aqueles que o procuram.
O som aniquila a grande beleza do silêncio”.
               Charles Chaplin

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O HOMEM LÚCIDO

     
      O homem lúcido sabe que a vida é uma carga tamanha de acontecimentos e emoções que nunca se entusiasma com ela, assim como não teme a morte. O homem lúcido sabe que viver e morrer são o mesmo em matéria de valor, posto que a Vida contém tantos sofrimentos que a sua cessação não pode ser considerada um mal.

      O homem lúcido sabe que é o equilibrista na corda bamba da existência. Sabe que, por opção ou acidente, é possível cair no abismo, a qualquer momento, interrompendo a sessão do circo.

      Pode também o homem lúcido optar pela Vida. Aí então, ele esgotará todas as suas possibilidades. Passeará por seu campo aberto e por suas vielas floridas. Saberá ver a beleza em tudo. Terá amantes, amigos, ideais. Urdirá planos e os realizará. Resistirá aos infortúnios e até às doenças. E, se atingido por algum desses emissários, saberá suportá-los com coragem e mansidão.

      Morrerá o homem lúcido de causas naturais e em idade avançada, cercado por filhos e netos que seguirão sua magnífica aventura. Pairará então, sobre sua memória uma aura de bondade. Dir-se-á: aquele amou muito e fez bem às pessoas.

      A justa lei máxima da natureza obriga que a quantidade de acontecimentos maus na vida de um homem iguale-se sempre à quantidade de acontecimentos favoráveis. O homem lúcido que optou pela Vida, com o consentimento dos Deuses, tem o poder magno de alterar esta lei. Na sua vida, os acontecimentos favoráveis estarão sempre em maioria.

      Esta é uma cortesia que a Natureza faz com os homens lúcidos.

  Livre tradução, (parte) de um Tratado sobre a Lucidez, escrito no século VI ac, na Caldéia, parte sul da Mesopotâmia, entre os rios Eufrates e Tigre.